quinta-feira, 23 de outubro de 2014

8 coisas que você precisa saber sobre compulsão alimentar

Por MADSON MORAESVocê já ouviu falar de compulsão alimentar? O problema, chamado de "transtorno da compulsão alimentar periódica" (TCAP), tem como uma das principais características o descontrole alimentar das pessoas que comem além da conta, mesmo quando elas não estão com fome. Comportamento que pode ser fruto, geralmente, de sentimentos de ansiedade e depressão. A Associação Americana de Psiquiatria afirma que esse problema atinge de 2% a 4% da população mundial. E no Brasil, segundo o médico especialista em Transtornos Alimentares pela USP, Gabriel Cairo Nunes, estima-se que 65% dos obesos (entre 30 e 40 milhões de pessoas) no Brasil tenham esse mesmo distúrbio. Para Gabriel, esse descontrole costuma ocorrer pelo menos dois dias por semana, durante seis meses. Além disso, muitas vezes, está associado a sentimentos de angústia, nojo, vergonha e culpa por não ter controle sobre o alimento ingerido. Como resultado, apresentam ganho de peso, irritabilidade e baixa autoestima. "A compulsão pode ser diversificada (quando o indivíduo come de tudo, de forma descontrolada) ou específica (a pessoa consome apenas um alimento, mas de forma exagerada). Em todos os casos, a compulsão pode acarretar danos para a saúde e precisa ser tratada", explica a endocrinologista Myrna Campagnole, do Delboni Medicina Diagnóstica.Embora um compulsivo alimentar ganhe necessariamente peso, pontua a médica Myrna Campagnole, nem sempre o transtorno resulta em obesidade. "Este distúrbio, em muitos casos, está associado também a outros problemas alimentares. Entre eles, tentar eliminar o que foi ingerido por meio de vômitos, uso de laxantes (bulimia) ou atividade física exagerada (vigorexia). Portanto, a principal característica é o exagero alimentar sem controle, independente da maneira como ela ocorra", reforça a endocrinologista.E as mulheres são as mais propensas a desenvolver esse tipo de distúrbio. "Isso porque elas estão mais expostas, principalmente, ao "bombardeamento" de notícias ligadas à aparência. Observo que 90% dos casos que procuram ajuda após o diagnóstico do transtorno são do sexo feminino. Apesar do problema atingir todos os indivíduos e de todas as idades, afetando, inclusive, crianças, porém, num número bem menos expressivo", conta Gabriel.Quer saber mais sobre o Transtorno da Compulsão Alimentar?CLIQUE NAS IMAGENS ACIMA PARA CONFERIR!* Siga o Tempo de Mulher nas redes sociais:Facebook: facebook.com/tempodemulherTwitter: @tempodemulherInstagram: instagram.com/tempodemulheroficial* Curta a FANPAGE da Ana Paula Padrão: facebook.com/anapaulapadrao
IRRITAÇÃO, BAIXA AUTOESTIMA E AUMENTO DE PESO SÃO ALGUMAS DAS CONSEQUÊNCIAS DESTE TRANSTORNO QUE PODE ACARRETAR DANOS PARA A SAÚDE E QUE PRECISA SER TRATADO

FONTE: MADSON MORAES
Você já ouviu falar de compulsão alimentar? O problema, chamado de "transtorno da compulsão alimentar periódica" (TCAP), tem como uma das principais características o descontrole alimentar das pessoas que comem além da conta, mesmo quando elas não estão com fome. Comportamento que pode ser fruto, geralmente, de sentimentos de ansiedade e depressão. A Associação Americana de Psiquiatria afirma que esse problema atinge de 2% a 4% da população mundial. E no Brasil, segundo o médico especialista em Transtornos Alimentares pela USP, Gabriel Cairo Nunes, estima-se que 65% dos obesos (entre 30 e 40 milhões de pessoas) no Brasil tenham esse mesmo distúrbio.

Para Gabriel, esse descontrole costuma ocorrer pelo menos dois dias por semana, durante seis meses. Além disso, muitas vezes, está associado a sentimentos de angústia, nojo, vergonha e culpa por não ter controle sobre o alimento ingerido. Como resultado, apresentam ganho de peso, irritabilidade e baixa autoestima. "A compulsão pode ser diversificada (quando o indivíduo come de tudo, de forma descontrolada) ou específica (a pessoa consome apenas um alimento, mas de forma exagerada). Em todos os casos, a compulsão pode acarretar danos para a saúde e precisa ser tratada", explica a endocrinologista Myrna Campagnole, do Delboni Medicina Diagnóstica.

Embora um compulsivo alimentar ganhe necessariamente peso, pontua a médica Myrna Campagnole, nem sempre o transtorno resulta em obesidade. "Este distúrbio, em muitos casos, está associado também a outros problemas alimentares. Entre eles, tentar eliminar o que foi ingerido por meio de vômitos, uso de laxantes (bulimia) ou atividade física exagerada (vigorexia). Portanto, a principal característica é o exagero alimentar sem controle, independente da maneira como ela ocorra", reforça a endocrinologista.E as mulheres são as mais propensas a desenvolver esse tipo de distúrbio. "Isso porque elas estão mais expostas, principalmente, ao "bombardeamento" de notícias ligadas à aparência. Observo que 90% dos casos que procuram ajuda após o diagnóstico do transtorno são do sexo feminino. Apesar do problema atingir todos os indivíduos e de todas as idades, afetando, inclusive, crianças, porém, num número bem menos expressivo", conta Gabriel.

Nem todo exagero alimentar é uma compulsão"Esta é uma doença subdiagnosticada, uma vez que grande parte das pessoas acaba justificando esse tipo de comportamento como se fosse resultado de tristeza, ansiedade ou apenas preferência alimentar. Logicamente que nem todo exagero alimentar é uma compulsão, mas quando se torna frequente, foge ao controle do indivíduo e promove sensação de angústia ou culpa, tem de ser valorizado como sinal de um possível distúrbio", afirma a endocrinologista Myrna Campagnole.

NEM TODO EXAGERO ALIMENTAR É UMA COMPULSÃO

"Esta é uma doença sub diagnosticada, uma vez que grande parte das pessoas acaba justificando esse tipo de comportamento como se fosse resultado de tristeza, ansiedade ou apenas preferência alimentar. Logicamente que nem todo exagero alimentar é uma compulsão, mas quando se torna frequente, foge ao controle do indivíduo e promove sensação de angústia ou culpa, tem de ser valorizado como sinal de um possível distúrbio", afirma a endocrinologista Myrna Campagnole.

Doenças que podem surgir num quadro de compulsão alimentar"No caso de deficiências nutricionais muito sérias no organismo pode ocorrer um comprometimento neurológico irreversível, bem como causar doenças dermatológicas de difícil controle e até mesmo uma constipação [resfriados]. Além disso, também há casos de doenças gastrointestinais [no sistema digestivo] e até alguns tipos de câncer no intestino. Ou podem aparecer transtornos psicossociais [comportamentos físicos e mentais na sociedade], como depressão, baixa autoestima, irritação, entre outros", afirma Gabriel Cairo Nunes.

DOENÇAS QUE PODEM SURGIR NUM QUADRO DE COMPULSÃO ALIMENTAR

"No caso de deficiências nutricionais muito sérias no organismo pode ocorrer um comprometimento neurológico irreversível, bem como causar doenças dermatológicas de difícil controle e até mesmo uma constipação [resfriados]. Além disso, também há casos de doenças gastrointestinais [no sistema digestivo] e até alguns tipos de câncer no intestino. Ou podem aparecer transtornos psicossociais [comportamentos físicos e mentais na sociedade], como depressão, baixa autoestima, irritação, entre outros", afirma Gabriel Cairo Nunes.

Danos para a saúde"Em primeiro lugar, esses distúrbios também estão associados a outros problemas alimentares, como bulimia [exagero na ingestão de alimentos], vigorexia [obsessão por um corpo musculoso] ou ortorexia [obsessão por alimentação saudável]. E isso podem expor o indivíduo aos riscos da desnutrição e suas consequências, causando obesidade, dislipidemias (alteração de colesterol), diabetes, alterações cardiovasculares (hipertensão, infarto e derrame), doenças articulares, dentre outros. Ou seja, o dano à saúde é enorme", afirma Myrna.

DANOS PARA A SAÚDE

"Em primeiro lugar, esses distúrbios também estão associados a outros problemas alimentares, como bulimia [exagero na ingestão de alimentos], vigorexia [obsessão por um corpo musculoso] ou ortorexia [obsessão por alimentação saudável]. E isso podem expor o indivíduo aos riscos da desnutrição e suas consequências, causando obesidade, dislipidemias (alteração de colesterol), diabetes, alterações cardiovasculares (hipertensão, infarto e derrame), doenças articulares, dentre outros. Ou seja, o dano à saúde é enorme", afirma Myrna.

Diagnóstico do distúrbio"O diagnóstico deve sempre contar com uma equipe que inclui psiquiatra, nutricionista e psicólogo. E para orientar o paciente, o ideal é dar ênfase sobre a importância de se ter hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física. Além disso, ajudá-lo a ter mais consciência crítica sobre os padrões de beleza em relação à mídia também funciona bem. Por sua vez, as mensagens de nutrição devem estar centradas com foco na "saúde" do paciente e não na perspectiva do peso apenas", explica o médico especialista em Transtornos Alimentares pela USP, Gabriel Cairo Nunes.

DIAGNÓSTICO DO DISTÚRBIO

"O diagnóstico deve sempre contar com uma equipe que inclui psiquiatra, nutricionista e psicólogo. E para orientar o paciente, o ideal é dar ênfase sobre a importância de se ter hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física. Além disso, ajudá-lo a ter mais consciência crítica sobre os padrões de beleza em relação à mídia também funciona bem. Por sua vez, as mensagens de nutrição devem estar centradas com foco na "saúde" do paciente e não na perspectiva do peso apenas", explica o médico especialista em Transtornos Alimentares pela USP, Gabriel Cairo Nunes.

Como a pessoa com distúrbio reage inicialmente?"A pessoa que sofre desse distúrbio nem sempre tem a percepção do problema ou o nega como mecanismo de defesa inconsciente. Mas exames laboratoriais, como o de sangue, entre outros solicitados por um profissional da área médica, podem auxiliar. O que vai facilitar também na identificação de outros possíveis problemas de saúde que estejam ocorrendo ao mesmo tempo, caso a pessoa os tenha", explica a endocrinologista Myrna Campagnole.

COMO A PESSOA COM DISTÚRBIO REAGE INICIALMENTE?

"A pessoa que sofre desse distúrbio nem sempre tem a percepção do problema ou o nega como mecanismo de defesa inconsciente. Mas exames laboratoriais, como o de sangue, entre outros solicitados por um profissional da área médica, podem auxiliar. O que vai facilitar também na identificação de outros possíveis problemas de saúde que estejam ocorrendo ao mesmo tempo, caso a pessoa os tenha", explica a endocrinologista Myrna Campagnole.

TratamentoO tratamento se baseia em medicamentos controlados, orientação nutricional e psicoterapia. Mas se a reeducação alimentar e nem a ajuda psicológica darem resultados será necessário entrar com a medicação. No entanto, é importante ainda, aponta Gabriel, focar também no cuidado da autoestima do paciente, bem como em relação à satisfação corporal e respeito à diversidade de formas e tamanhos corporais. "A pessoa que não está feliz com o próprio corpo pode acabar sendo levada tanto à compulsão quanto à restrição alimentar, o que vai aumentar o risco de desenvolver a TCAP ou até mesmo a obesidade", explica o médico.

TRATAMENTO

O tratamento se baseia em medicamentos controlados, orientação nutricional e psicoterapia. Mas se a reeducação alimentar e nem a ajuda psicológica darem resultados será necessário entrar com a medicação. No entanto, é importante ainda, aponta Gabriel, focar também no cuidado da autoestima do paciente, bem como em relação à satisfação corporal e respeito à diversidade de formas e tamanhos corporais. "A pessoa que não está feliz com o próprio corpo pode acabar sendo levada tanto à compulsão quanto à restrição alimentar, o que vai aumentar o risco de desenvolver a TCAP ou até mesmo a obesidade", explica o médico.

Dicas para iniciar a reeducação alimentarObserve os horários e os alimentos adequados para ingerir em cada tipo de refeição. Além disso, procure comer a cada 3 horas, o que será importante para a pessoa não sentir fome exagerada entre as refeições.

DICAS PARA INICIAR A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

Observe os horários e os alimentos adequados para ingerir em cada tipo de refeição. Além disso, procure comer a cada 3 horas, o que será importante para a pessoa não sentir fome exagerada entre as refeições.

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